sábado, 1 de outubro de 2011

HABANERA




A habanera ou havaneira, canção e dança introduzida em Cuba pelos negros africanos.


O nome habanera deriva da cidade de Havana, La Habana,em espanhol, e é considerada a primeira música genuinamente afro-latino-americana. Levada de Cuba para os salões europeus por volta do século XVII, foi sofrendo alterações em sua estrutura básica com arranjos que lhe deram os músicos da europeus e assim, alterada, voltou às Américas através dos imigrantes portugueses e espanhóis.


Tem movimento lento e compasso binário, com um característico rítmo de colcheia pontuada-semicolcheia seguida de duas colcheias por acompanhamento.


Também usada no repertório erudito,apresentamos aqui o exemplo mais famoso, a Habanera da Ópera Carmen,de Georges Bizet.


Angela  Gheorghiu - Habanera - Carmen - Bizet (Music Video)



segunda-feira, 19 de julho de 2010

LA CAMPANELLA DE LISZT COM O BRILHO DA INTERPRETAÇÃO DE RUBINSTEIN



Campanela ou "Campanella" é um trecho de música instrumental que lembra o repicar de sinos e foi assim foi chamado o movimento final do Concerto para Violino No. 2 em B menor de Paganini, porque a música foi reforçada por pequenos sinos.

Franz Liszt usou e escreveu várias peças com base neste movimento e a mais conhecida é o terceiro dos famosos "Grandes Estudos de Paganini"("Grand Paganini Etudes"), também conhecido como "La campanella", aquí interpretada pelo "Mago do Piano" Arthur Rubinstein.

domingo, 18 de julho de 2010

MÚSICA CELTA



A música celta é caracterizada pelo ritmo vigoroso das danças, pela utilização de flautas e de rabecas, e pelo uso de línguas locais nas letras das músicas. Se refere aos estilos populares da Irlanda, Escócia, Galiza, País de Gales e Bretanha, que usavam as formas tradicionais de danças e os improvisos dos trovadores.

Com o "Movimento Nacional Irlandês", a partir dos anos 1960, o universo "celta" se popularizou nos Estados Unidos e marcou o cenário pop das décadas de 60, 70 e 80.Explodiu nos anos 1990 nas paradas mundiais, com o New Age.

Celtic Woman - The Butterfly

terça-feira, 13 de julho de 2010

ÓPERA - BUFFA : ÓPERA CÔMICA




A ópera buffa é uma obra sobre um assunto cômico, onde geralmente se utiliza o diálogo falado. No entanto, na Itália dos primeiros tempos, já se usava o chamado recitativo seco.

A origem do gênero se encontra nos intermezzos que, no século XVIII, se intercalavam nas óperas sérias.

Quem conferiu a autonomia própria à ópera buffa foi Giovanni Battista Pergolesi (1733),com "La Serva Padrona"




La serva padrona è um celebre intermezzo buffo de Giovanni Battista Pergolesi, com libreto de Gennaro Antonio Federico, foi apresentada pela primeira vez no Teatro S. Bartolomeo de Nápoles, no dia 28 agosto 1733.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

DOIS TALENTOS E UM HINO DE AMOR AO BRASIL : GOTTSCHALK E GUIOMAR NOVAES

| Por: Raquel Crusoé Loures de Macedo Meira

Confesso que a primeira vez que ouvi a “Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro”, do compositor americano Louis Moreau Gottschalk inspirada no Hino Nacional Brasileiro, fui às lágrimas. O sentimento de brasilidade aflorou em todo o meu ser.

A partir deste momento, me interessei em saber mais sobre esta obra que é grande sucesso no repertório não só de nossos pianistas, como nos de outros países. Gottschalk tinha muito prestígio junto ao Imperador Pedro II e, a euforia predominante na côrte com a vitória sobre as tropas paraguaias, inspiraram o compositor que, entusiasmado, compôs esta peça dedicada à Princesa Isabel.

De acordo com Roberto Muggiati. “..., em 1973, uma consulta de origem desconhecida à Comissão Nacional de Moral e Civismo, ameaçou por algum tempo de proibição a peça de Gottschalk. O processo rolou por alguns anos até que, graças principalmente ao parecer do musicólogo Alfredo Melo, que esclareceu devidamente a diferença entre “arranjo” e “variação”, e condenou “essa interdição como um “crime de lesa-cultura”, a “Grande fantasia Triunfal”, foi liberada. Finalmente, a 7 de setembro de 1981, junto ao Monumento do Ipiranga, ela foi executada em apoteose para 800 mil pessoas, no melhor estilo “gottschalkiano”.



Louis Moreau Gottschalk (1829-1869), da Escola Nacionalista Norte Americana, nasceu e foi criado em Nova Orleans onde vivenciou uma imensa variedade de influências musicais, mas foi como aluno de Berlioz que herdou este gosto por concertos de proporções gigantescas, com a participação de mais de mil executantes entre regentes instrumentistas e cantores. A sua viagem a Cuba em 1854, marcou o início de uma série de viagens à America Central e América do Sul e, em meados de 1860, Gottschalk havia se estabelecido como o mais importante pianista do Novo Mundo. Faleceu no Rio de Janeiro em 1869.



Guiomar Novaes

Pianista paulista (28/2/1894-7/3/1979). foi uma das mais importantes instrumentistas de sua geração e a primeira brasileira a consolidar uma carreira de prestígio internacional.

Suas interpretações se caracterizavam pela pureza da sonoridade e domínio da técnica pianística.

Considerada a grande intérprete de compositores românticos, tinha realmente uma preferência especial por Chopin, o que no entanto não interferiu em sua grande dedicação e divulgação da música brasileira, especialmente de Villa-Lobos.

Vejam abaixo esta preciosidade de gravação histórica:

Guiomar Novaes - Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro



Guiomar Novaes toca a Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro, Op. 69, de Louis Moreau Gottschalk.

Guiomar Novaes foi uma das maiores pianistas do século XX, e uma das maiores do Brasil de todos os tempos. Aqui ela interpreta de forma soberba a obra Gottschalk compôs para homenagear o Brasil, terra pela qual se apaixonou.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

MÚSICA FOLCLÓRICA, POPULAR E ERUDITA


| Por : Raquel Crusoé Loures de Macedo Meira


FOLCLÓRICA

Elaborada por quem ignora por completo os aspectos teóricos da arte musical, a música folclórica vive em função de uma tradição e é concebida de maneira espontânea. Se expande com toda naturalidade, pois é aceita no momento da criação. Neste gênero, a música é o que importa,o autor geralmente cai no anonimato.

Claro que ela tem autor. Nada acontece do nada. Porém de tanto ouvir e cantar ao ser transmitida de forma oral, cada um se julga o dono. Se dissermos para alguém que a “Ciranda cirandinha” ou o “Atirei o pau no gato” é nossa, estaremos comprando uma grande briga. Cada um se sente o proprietário, pois afinal é um bem hereditário.

A música folclórica subsiste entre as coletividades rurais e urbanas e se contrapõe à moda, à arte e às técnicas eruditas modernas. Portanto, executada ou cantada, é divulgada por audição, de um para outro membro da coletividade e, pode ou não, sofrer alterações fundamentais, pois afinal, quem conta um conto, aumenta um ponto.

POPULAR

É também uma música do povo, porém a espontaneidade dá lugar a uma imposição. Por ser transmitida através dos meios de comunicação, quantas e quantas vezes nos damos conta de que cantarolamos inconscientemente uma canção que está na moda e em todos os canais da mídia?

Do Oiapoque ao Chuí, o povo sempre ouvirá exatamente as mesmas interpretações, portanto, não sofre alterações, a não ser por alguma dificuldade de audição ou memória musical do ouvinte,pois somos submetidos a uma verdadeira lavagem cerebral.

Ao contrário da música folclórica, a música popular atende a modismos. Hoje é uma música que está na boca do povo, amanhã, com certeza será outra. A mídia comanda e detém o poder. Em muitas situações o compositor ou o cantor, é mais importante que a própria música. Quantas vezes ouvimos alguém dizer: fulano lançou um novo CD, irei imediatamente comprá-lo, pois amo tudo que ele canta.

A música popular pode ser composta por quem entende de música ou não. Se não entende, geralmente o compositor procura alguém para fazer a partitura por ele.

Importante ressaltar que existem os chamados “clássicos da música popular”. São composições belíssimas que, apesar de sair da mídia, permanecem no coração e mente de muitos. Grandes cantores também, com os recursos das novas tecnologias, buscam estas maravilhas e as lançam novamente, em grande estilo, fazendo assim com que entrem novamente, com muito sucesso, no coração e no dia a dia das pessoas.


ERUDITA

Também conhecida como “música clássica”, é a música produzida ou enraizada nas tradições da música secular e liturgia ocidental, que vai aproximadamente do século IX até o presente.

No período clássico, ou classicismo, dentro da evolução histórica, se produziu a música pura, “música pela música” onde a razão predominava sobre a emoção e a busca de perfeição era uma constante, talvez daí a popularização do nome.O termo clássico que denomina um período, passa a denominar a música de todos os períodos da evolução histórica musical erudita.

A música erudita é escrita pelos eruditos, estudiosos da música, e divulgadas através das escolas, entidades,igrejas e família. Muitas pessoas dizem não gostar de música erudita ou clássica, simplesmente pelo desconhecimento. Somente podemos amar o que conhecemos e, infelizmente apenas uma minoria da população tem a oportunidade de vivenciar esta produção transmitida através da escrita. Um profundo respeito guardado às obras clássicas, têm implicações relevantes na interpretação musical. Espera-se, de uma forma razoável, que os intérpretes executem a obra de acordo com as intenções originais do compositor. Tais intenções são geralmente, pormenorizadas em detalhes, na própria partitura.

Na música clássica ou erudita, se utiliza inúmeras formas como o concerto, a sinfonia, a ópera a música de dança, a suite, o estudo,a sonata, o poema sinfônico entre muitos e muitos outros, tornando portanto imprescindível o estudo, o conhecimento e a academia para se tornar um compositor.Mas para ser um bom ouvinte e desfrutar das delícias que nos proporcionam, basta apenas a vivência.Como disse anteriormente, somente amamos o que conhecemos !

sexta-feira, 28 de maio de 2010

HISTÓRIA DO HINO NACIONAL BRASILEIRO - FATOS INTERESSANTES NEM SEMPRE DIVULGADOS

Capa original do Hino Nacional Brasileiro



I Por: Raquel Crusoé Loures de Macedo Meira

Segundo o Prof. Alvacyr Pedrinha, “o Hino Nacional de cada povo expressa, em todas as suas gamas, o modo de ser da psique coletiva de sua gente. A identificação do povo com o Hino é mais do que necessária para que, ao ouvi-lo ou cantá-lo, se possa sentir ser ele, realmente, o porta-voz da nação, da alma do povo.”
Apesar de ser repleta de fatos interessantes, a história do Hino Nacional Brasileiro não é nada divulgada. Normalmente se limita a uma breve referência aos autores da letra e da música.

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada.

Música: Francisco Manuel da Silva.

No entanto ela é riquíssima. Talvez mais do que qualquer outro dos Símbolos Nacionais, a história do nosso hino reflete os momentos mais relevantes da nossa pátria.

A música de Francisco Manuel da Silva, inicialmente composta para banda, popularizou-se em 1831, com versos que comemoravam a abdicação de Dom Pedro I e, por ocasião da coroação de Dom Pedro II, com uma outra letra, a música se tornou tão popular que, apesar de não ter sido oficializada como tal, passou a ser considerada o hino nacional brasileiro.

Portanto, o nosso hino nasceu com o calor das agitações populares, quando vacilava a independência do Brasil, num dos momentos mais dramáticos de nossa História. Durante quase um século, por incrível que pareça, o Hino Nacional Brasileiro foi executado, sem ter oficialmente uma letra.

Francisco Manuel, como muitos, desejava a abdicação do Imperador e, com isto, não era visto com bons olhos. Os irmãos Portugal, maestros Marcos e Simão, eram realmente os ditadores da música oficial aqui no Brasil. Como Mestre da Capela Imperial, o maestro Portugal proibiu terminantemente que ali fosse executada qualquer música que não fosse de sua autoria. Imaginem o clima. No entanto, apesar de todas as forças contrárias, foi ao som deste hino que conhecemos bem, porém com versos do desembargador Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva que a fragata inglesa Volage, levantou âncoras levando D. Pedro I e a sua família para o exílio na Europa. Segundo Luís Heitor de Azevedo Correia, o nosso hino foi "executado entre girândolas de foguetes e vivas entusiásticos", quando da partida de D. Pedro I, em 13 de abril de 1831.

Com a proclamação da república, os governantes abriram um concurso para a escolha e oficialização de um novo hino. Leopoldo Miguez foi o vencedor, porém o povo não aceitou. Com as inúmeras manifestações populares contrárias à adoção do novo hino, o então presidente da República, Deodoro da Fonseca, oficializou como Hino Nacional Brasileiro a composição de Francisco Manuel da Silva e estabeleceu que a composição de Leopoldo Miguez seria o Hino da Proclamação da República. A letra escrita pelo jornalista e poeta Joaquim Osório Duque Estrada, tornou-se finalmente oficial, durante o centenário da Proclamação da Independência em 1822 . Com a orquestração de Antônio Assis Republicano e instrumentação para banda do tenente Antônio Pinto Júnior, a adaptação vocal foi feita por Alberto Nepomuceno, quando então foi proibida a execução de quaisquer outros arranjos vocais ou artístico-instrumentais no hino.


Será isto o que estamos assistindo no dia a dia em nosso país ?


DECRETO N.º 171, DE 20 DE JANEIRO DE 1890

"Conserva o Hino Nacional e adota o da Proclamação da República."
"O Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil constituído pelo Exército e Armada, em nome da Nação, decreta:
Art. 1º - É conservada como Hino Nacional a composição musical do maestro Francisco Manuel da Silva.
Art. 2º - É adotada sob o título de Hino da Proclamação da República a composição do maestro Leopoldo Miguez, baseada na poesia do cidadão José Joaquim de Campos da Costa de Medeiros Albuquerque."